sábado, 18 de abril de 2009

"PostMortum"

… e novamente a liberdade errante, nómada, prisioneira, canibal e massa do que realmente sou feito, me aprisiona nos calabouços das responsabilidades sociais…
… atirando-me contra o mundo, rebotando nas flores silvestres dos canteiros urbanos vazios de verde!
Apetece-me fugir… de mim ou do eu que interage com o mundo e corro desesperadamente procurando o eu que apenas sente e pensa em inconformidade a tudo que é conforme…!
Refugio-me na minha mente; num conforto comparável ao esquecido período de gestação, sentido apenas nos primeiros meses de pseudo-existência, os quais não nos preparam para esta amalgama de relações e concessões que é viver em comunhão com o outro.
Desespero como um masoquista a quem a felicidade é alimentada pela a irmã dor…
Macero a minha própria alma pedindo desejos incompatíveis a existência do ser-comum-social e desespero… porque sou atendido pela Providência …
Desespero com esta felicidade de incompreendido…
Desespero com este sentimento desviado de dever-cumprido…!
Pois então, ó céus, de que serve este chão sem fundo em que revejo a minha liberdade?!...
De que serve este viver sem vida que preenche a minha freak existência?!...
Terá propósito?
Será génesis?
Será apocalipse?
Trará bonança?
Talvez uma bonança intempestiva que desde tempos imemoriais me fazem seguir, repetir os erros julgados pelo outro igual a todos os outros que a mim me fazem experimentar apenas desprezo dessas vidas-standard!... não serão os meus erros premissas de uma experimentação mais ousada do existencialismo humano e consequentemente, uma compilação de experiências que finalmente me levarão á revelação do mistério do meu eu-iluminado?!...
Ó céus, assim seja feito… amén!!!?
…tento o consolo… busco-o em reflexos de paisanos de um país-de-faz-de-conta… não está ninguém… pois estarão todos, os como eu, a viver as suas originais vidas gozando dos seus perenes ideais, lapidados pelos seus mais elevados pensamentos que escravizam os pensamentos comuns dos pedantes que enchem os bolsos de iguais ilusões-materiais, cimentos de pseudo-vidas tão necessárias como o joio que sufoca o trigo.!
Este consolo que reconheço já, é o consolo do exorcismo literário, tão nobre e libera dor como águas virgens de mares prateados, concebíveis apenas em mentes inteligíveis!
Arrogância?! Não refugio libera dor!...
Pois, “arrogância” é vertigem do “eu” e o pensamento-elevado-expresso é a consciência do “eu-maior”… ou será “o pensador de “Rodin” uma expressão arrogante?!
Não!... mas sim a expressão perceptível pelos sentidos, do ser elevado que parasita em cada um de nós!
O que serão as palavras do que a materialização organizativa dos pensamentos divinos que vivem em nós?!... até porque o “verbo” também é deus!... e o plano Dele que também somos nós, é-nos revelado por nossa própria ignorância!
Verdadeira heresia é atribuir-LHE a evolução da matéria condicionada por nós, reles mortais, o que realmente DELE provém é esta existência mental que só pode culminar, no conjunto de todas as existências que formos capazes de criar, inventar e articular através de toda a forma de arte até hoje experimentada.
by synn&r

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "o que realmente DELE provém é esta existência mental que só pode culminar, no conjunto de todas as existências que formos capazes de criar, inventar e articular através de toda a forma de arte até hoje experimentada."..........

    Fantástico....:)

    ASS: amd cacau

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  3. li, gostei
    voltei a ler adorei...está mesmo demais :)

    ass: arrepiada lol

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  4. Simplesmente fantastico...
    Es sem duvida um grande escritor..
    Nunca mudes a tua forma de pensar, a tua forma de agir porque se nao a mudares vais ser sem duvida um dos melhores portugueses da actualidade...;D
    ah e estou a espera desse tal livro no qual eu sou o seu impulcionador...;D
    abraço irmao das maquinas^^
    by: pedro82

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