terça-feira, 10 de novembro de 2009

verdade é desvendar

…dizem-me, por vezes, que tenho propensão para complicar!?...
...contesto sem escrúpulo que verdade é desvendar!...

Quando assim, continuo em exposição e expondo que por tara,
Tendo em desconstruir, tudo o que construido se desfaz!...
Porque desconstruindo o experimentado,
Deixo a essência e vomito o vomitado!
Reciclando interjeições,
Transformando-as em emoções,
Fusionando experimentações,
Construindo outros haveres,
Como se de objectos eléctricos se tratassem
E que se de reconstruidos se tratassem,
Sobrariam, qual subterfugia, componentes supérfulos
Como vidas cheias de almas vazias.

Como tornilho ferrugento, aperto entre dentes
O que da vida disfrutam apenas dementes,
Vivendo elaboradas alegorias,
Que por defeito são para as maiorias,
Inócuos achados e tristes alegrias!?
Nunca assim hei-de sentir
E o que de mim há-de advir,
Serão verdadeiras heresias,
Dessas que nos fazem sentir
E que parecem a vidas vazias,
Espremidas mentiras,
Viciadas maravilhas
Que de tal víl vivência
Seriam apenas nostalgias!?

Pois desconstruindo este quem sou,
Construo outro que destronou,
outro que agora era e já não sou,
pois enferrujando o que a alma vomitou,
tudo o que de social abarcou,
renasço num estado novo!... Grácil (!)
e encontro de novo fácil,
sentir o que um dia a alma me fadou!


by synn&r

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

suicidio inventado

Em espiral, deixo-me sucumbir no vazio
Que é o abandono momentâneo
Desta vida surreal e suicido-me…
Em cada estocada reinvento este inferno
em que me cozo de dentro para fora:
amolecendo-me os ossos,
estalando-me a pele,
explodindo-me o corpo,
implodindo-me a alma
e morro…
em êxtase de morte de descarga seminal
e ressuscito…
e de novo o momento me desperta
numa espiral demoníaca, matéria primária
do meu suicídio inventado!
Uso, abuso e desmantelo esta pele
que é adereço, desconstruo-a até ao começo!
… e adormeço…
Acordando num sonho etéreo
A distancias de tempo e espaço aéreo
Onde outro mundo reinventado
Nas mentes criado aparece!
Onde só aqui, a pureza se engrandece
E a simbiose entre céu e terra
Se concretiza na perfeição de duas personalidades
Como fauna e flora extasiando-se, qual amantes
Em auge orgásmico, gritando sons primários
De principio de universo,
De feliz apocalipse
De sonho desperto
De penumbra ofuscante
De possuir sem ter!
E desfaleço…
Num coma consciente
que me inebria de clorofila
com o vento como dealer
de substância clorofilica
que me ausenta de mim!
!...e apenas agradeço…!

by Synn&r

terça-feira, 18 de agosto de 2009

"...mão de diabo...!?"

Dizem que mão esquerda
É mão de diabo!
Como pode isso ser!?
E assim por dizer
Se essa mão santa,
Acaba de proporcionar
A este escravo lunar
Um santíssimo alívio!?
Assim sendo pergunto eu (?)
Como desde Prometeu
Aliviámo-nos as almas
Assim como podemos!?
Assim sendo pois então,
Brindemos de jarro na mão
A Baco, deus Lusitão
Que ao diabo deveu escravidão!?

by Synn&r

"Ó Lascívia!"

Ó lascívia!
…a quantos de nós haveis corrompido,
A quantos de nós haveis mentido,
Vestindo-vos de amor!...
De um amor que sem sentido,
Iludiu romanos, povos antigos.
Á diva Vénus em louvor
Troianos e gregos voltavam-se amigos,
Amantes guerreiros, ferozes inimigos
Funções dispares de pleno ardor!

Ó lascívia!
…vós que avolumais incautos testículos
E inflamais os clítoris místicos,
Não me enganeis!...
Com vossos prazeres empíricos
Indignos dos grandes líricos.
Nem refuteis,
Estes prazeres raciocinicos
Estes saberes edílicos…
E não contesteis,
Estes amores Olympicos
Pejados de sabores instinticos
Que jamais eu amarei.

by Synn&r

domingo, 16 de agosto de 2009

" Leão Breu"

Ó vós Leão Breu
Qual discípulo de Morpheu,
Não me ludibrieis! ...

Com vossos pareceres demoníacos,
A mim, o menos que temeis,
Limpai-me o rumo
De tojos, silvas e divinas leis,
Emudecei-me os lábios
Com esse sumo
Que só vós sabeis,
Esse sumo cósmico,
Atexturado nem sequer
Liquidificado, ainda assim
Volátil como éter,
Quase omnipresente,
Um ser que se inala,
Ainda assim não se sente,
Um ser que se instala
Nos confins da mente…

… e ainda assim,
Um ser doente!
Doente porque é dejecto,
Subterfúgio frequente,
Daqueles que de intelecto
Têm o medo dormente
De concretizar o facto
De sentir diferente
De pensar diferente
E parecer diferente…

by synn&r

"trigésimo primeiro acto..."

Este teatro que é a vida
Qual garrafa de álcool
De tara perdida,
Este laivo de sentimento
Que de insuficiência está pleno,
Como de acto em acto
Ante negra cortina,
Este passado encerro
Diante da cortina corrida.

Este trigésimo primeiro acto
De teatro de vida,
Continua como mistério
Como dogma de fé exacto
De sentença escolhida!

Personagem figurino,
Adereço faz de conta,
Argumento de linha em linha
De obra de pouca monta,
Fui eu e a vida minha!
Prometendo-me e deslumbrando-me
Com posses que eu não tinha…
Como cenário representando
Realidade em falsa tinta!

Sabendo eu ser quem sou
Ou alguém a quem me pareço,
Assumo-me outro que destronou
Esse quem era e perdi apreço!
Pois de actos passados
Já vazios de palmas,
Não se crescem espíritos
Nem se eternizam as almas!...

by Synn&r

quinta-feira, 9 de julho de 2009

salvai-me...

Ó vós que desde o terreno
Vos adoro ó divina!
Ó vós que sois musa entre ninfas
Ó vós que sois rainha entre reis
Deste meu reino inóspito e sem leis,
Fazei de mim alpha entre lobos!

Ó vós polar do céu imenso
De cintilar-guia qual fogo intenso
Que me cose o sangue a fogo-lento,
Que se me entranhais pelos poros como lamento
E se me expirais dos pulmões como tormento
Espalhando-me a alma, saboreando o vento…
… Salvai-me!
… De mim próprio,
Desta noite que me consome
Deste ser metade pelo misticismo fadado!

Será desespero pedir salvação?!
Se ao Amor canto e peço perdão!

Ó magna virtude abri o portão
Que encerra as maravilhas de um mundo cão,
Deixai entrar de novo este já humildado coração!

A vós musa me confesso:
Sobre amor talvez saberei
O que a carne sentiu e na alma experimentei…
sensação, êxtase … ardor!...infinito…
Ó vós ninfa por mim sabei
Que se não bebo de vossa fonte
De sede de Amor definharei.
by Synn&r

segunda-feira, 6 de julho de 2009

... virtudes!?

... penso que todos devíamos passar, duas horas connosco próprios!...
talvez uns pensem que é perda de tempo parar (...) para pensar, reflectir...
outros que não vale a pena vaguear pelos meandros da mente
como forma de apaziguamento espiritual ou até mesmo como exercício mental...!
se a alguém interessa, eu, acho que é o melhor remédio, depois de um dia inteiro, a actuar altruísta e hipocritamente, só para manter as necessárias relações interhumanassociais com o objecto de parecermos integrados e equilibrados no mundo(social)!
as duas horas que aqui descrevo, das quais este laivo de tempo está inerente como rio onde fluem estas palavras... são duas horas egocêntricas de autêntica ausência de hipocrisia,
essa puta que em todas as esquinas nos assedia,
hipocrisia hipócrita, ser mesquinho e omnipresente(!)
que corrompe os incautos;
seduz os inconfiantes;
confunde os estúpidos e ainda assim...!
... ás vezes é virtude!

by Synn&r

quarta-feira, 13 de maio de 2009

"...anjos mordomos, deuses patronos..."

- Ouvi dizer que anjos não tinham sexo!?
Mas a meu ver, nada é tão incerto.

Pois entre linhas eu só me explico
tal afirmação, do mais ridículo(!),
estes seres só platónicos se alados,
desprovidos não só de sexo
mas de próprias vontades
que por condição, seriam escravos
e meros mordomos de divindades!

Pois a nós Homens não basta já,
durante séculos de torta razão,
inventar deuses de carácter vilão,
doar destinos e quantos há (!?),
depositando-os em dúbias mãos!

Deuses e anjos nós os criamos.
Como em palácios, mundo de donos,
afazeres menores são de criados;
anjos escravos, deuses demónios
que nesta vida tornam-se homónimos.

-Eu não sou sábio nem orador,
da una verdade tão pouco detentor
mas sei que anjos provem de amor!
Pois de um ou outro sou adorador…
Me ensinaram, de sexo em flor
Que subjugação é apenas dor
e com os sexos ardendo d´ardor,
me ensinaram a liberdade d´AMOR!

by synn&r

domingo, 10 de maio de 2009

"concebi-te n´um sonho"

Concebi-te n´um sonho…!
E sem pré-aviso irrompeste na minha alma,
qual sobremesa de medronho,
inebriando-me com calma…

De sapiência sois vós dotada,
como musa que é amada,
de tal beleza sois vós prendada,
que minha musa ousei chamá-la!...
Sentindo a pele enrubescida,
experimentando vosso corpo
em platónica partilha, senti prazer!...
Um prazer tão puro sem subterfúgio,
um tal querer de poeta luso,
que tendo sem ter,
como som de mar em búzio,
de alma em flor sem o merecer,
pois tudo que é posse,
é lei perecer!...
Sensatas palavras nunca escreverei,
ainda sendo fruto do que semearei,
desejar sofrendo tão pouco sonhei,
mas se assim é forma, assim desejei,
possuo-o este sonho que eu próprio criei!!!

by synn&r

segunda-feira, 4 de maio de 2009

"com sangue e sem medo"

…com sangue e com medo fiz parte do caminho!
sem sangue e sem medo outra parte percorri…
Agora com sangue e sem medo traço o meu próprio trilho…

…com sangue e com medo fiz parte do caminho!

Tentei caminhar na estrada povoada, entre nómadas e peregrinos…
Visitei lugares onde muitos encontram o destino,
Conheci gentes de passados arcaicos,
Conheci sábios, outros laicos!...
Absorvi, de pele em riste, saberes de aprendiz…
Busquei mestres dotados de saberes místicos,
Que me deslumbraram com contos de lugares crípticos!
Extasiei-me com sensações forjadas de livros…
Aqueci corações com palavras e ditos,
Adoptei verdades alheias como se minhas fossem!...

sem sangue e sem medo outra parte percorri…

...um dia quebrei por onde o corpo mais enfraquece!...
pela mente… que cheia de nada, de tudo se esquece.
Sem nome sem frio sem sangue e sem medo,
trocando a pele por espada em riste,
troçando daquele corpo, tão frágil e triste,
escalei montanhas deste inferno que existe,
esventrei demónios reflexos de mim próprio,
matei-me os saberes que entorpecem como ópio.

Agora com sangue e sem medo traço o meu próprio trilho…

Não são mestres nem ensinamentos nem mesinhas mentais
que nos fazem quem somos por dentro!...
…mas as dores que sofre a alma que nos fazem arder por dentro
e sentir de pele em riste que aspiraremos a madrigais!...

…com sangue e com medo fiz parte do caminho!
sem sangue e sem medo outra parte percorri…
Agora com sangue e sem medo traço o meu próprio trilho…

by synn&r

sábado, 2 de maio de 2009

"dejectos capitalistas"

… catalisadores!...
- Somos catalisadores, humanos provindos de dejectos defecados e moldados por merda alheia, debicados por abutres capitalistas que de quando em vez e sem vontade, nos prendam com seus próprios dejectos infectos, denominados comummente por… dinheiro!!!, esse imundo e necessário vício que a seu lado: “gula, vaidade, luxúria…” e todos os pecados capitais soam a virtudes que nos transportam para o génesis de nós próprios:
… merda defecada pelos deuses defecados pelos Homens.
by synn&r

sábado, 18 de abril de 2009

"...cinzento mentiroso!"

- Ò cinzento mentiroso…
- Seu híbrido, covarde!
Esse sombreado ostentoso
E também laborioso!
Esse fusco da vela que arde,…
Que tudo e todos menosprezaste…
De tudo e de todos apenas fizeste
Ténues contornos, figuras agrestes!?
- Querias ser nada?
-Pois algo te fizeste…
Uma entre coisas te tornaste…
És incerteza e confusão,
Vazio de fé e emoção…
…apenas sombra, lamentação.
- Ou alvo ou negro…
- há os 2, autênticos!
-Qual Caín ou Abel,
- ou Che Guevara
E mesmo Fidel!...
Negro implacável
Que em ti, tudo encerras
E nem por isso sequer te esmeras
Em ostentar-te em coisas meras!
Patrão da noite, com esse manto
Nos enlouqueces
Trazendo o espanto!
O místico espanto e a loucura…
Loucura essa que é legado!
E p´la irmã lua só explicado!
- Oh branco alvo, sejais louvado!
- Filho da luz, sois alvorada!
Livre de mal e sem pecado
Sempre redimis a madrugada!
- Oh negro Rómulo!
- Oh alvo Remo!
Qual Roma antiga, este universo
A loba Mãe, a terra minha…
… promessa de berço,
Sem escrúpulo esquecida!...
by synn&r

"PostMortum"

… e novamente a liberdade errante, nómada, prisioneira, canibal e massa do que realmente sou feito, me aprisiona nos calabouços das responsabilidades sociais…
… atirando-me contra o mundo, rebotando nas flores silvestres dos canteiros urbanos vazios de verde!
Apetece-me fugir… de mim ou do eu que interage com o mundo e corro desesperadamente procurando o eu que apenas sente e pensa em inconformidade a tudo que é conforme…!
Refugio-me na minha mente; num conforto comparável ao esquecido período de gestação, sentido apenas nos primeiros meses de pseudo-existência, os quais não nos preparam para esta amalgama de relações e concessões que é viver em comunhão com o outro.
Desespero como um masoquista a quem a felicidade é alimentada pela a irmã dor…
Macero a minha própria alma pedindo desejos incompatíveis a existência do ser-comum-social e desespero… porque sou atendido pela Providência …
Desespero com esta felicidade de incompreendido…
Desespero com este sentimento desviado de dever-cumprido…!
Pois então, ó céus, de que serve este chão sem fundo em que revejo a minha liberdade?!...
De que serve este viver sem vida que preenche a minha freak existência?!...
Terá propósito?
Será génesis?
Será apocalipse?
Trará bonança?
Talvez uma bonança intempestiva que desde tempos imemoriais me fazem seguir, repetir os erros julgados pelo outro igual a todos os outros que a mim me fazem experimentar apenas desprezo dessas vidas-standard!... não serão os meus erros premissas de uma experimentação mais ousada do existencialismo humano e consequentemente, uma compilação de experiências que finalmente me levarão á revelação do mistério do meu eu-iluminado?!...
Ó céus, assim seja feito… amén!!!?
…tento o consolo… busco-o em reflexos de paisanos de um país-de-faz-de-conta… não está ninguém… pois estarão todos, os como eu, a viver as suas originais vidas gozando dos seus perenes ideais, lapidados pelos seus mais elevados pensamentos que escravizam os pensamentos comuns dos pedantes que enchem os bolsos de iguais ilusões-materiais, cimentos de pseudo-vidas tão necessárias como o joio que sufoca o trigo.!
Este consolo que reconheço já, é o consolo do exorcismo literário, tão nobre e libera dor como águas virgens de mares prateados, concebíveis apenas em mentes inteligíveis!
Arrogância?! Não refugio libera dor!...
Pois, “arrogância” é vertigem do “eu” e o pensamento-elevado-expresso é a consciência do “eu-maior”… ou será “o pensador de “Rodin” uma expressão arrogante?!
Não!... mas sim a expressão perceptível pelos sentidos, do ser elevado que parasita em cada um de nós!
O que serão as palavras do que a materialização organizativa dos pensamentos divinos que vivem em nós?!... até porque o “verbo” também é deus!... e o plano Dele que também somos nós, é-nos revelado por nossa própria ignorância!
Verdadeira heresia é atribuir-LHE a evolução da matéria condicionada por nós, reles mortais, o que realmente DELE provém é esta existência mental que só pode culminar, no conjunto de todas as existências que formos capazes de criar, inventar e articular através de toda a forma de arte até hoje experimentada.
by synn&r

segunda-feira, 30 de março de 2009

ser teu

Ser teu…
Ser teu é sina!
Ser teu é castigo!?
- Ó senhores aí no olympo,
Com mão de ferro nos regeis!
E dizei-me se não vos minto!...
Sentir este amor me fazeis;
E depois… esta dor!...
- Aqui está, aqui tens.
Sou teu, de mais ninguém!
Sou teu sem vontade.
Sem querer,
Porque não quero:
Quem por mim não dá vintém
E se p’ra ti não sou ninguém,
Recorda quem fomos!
Almas gémeas reunidas desde o além…

by Synn&r

quarta-feira, 25 de março de 2009

"outro dia ofuscante de luz"

… outro eu que desconheço, amanhece sem vontade entre suores de sonhos psicadélicos e borbotos de lençóis de candura fajuta…
… outro eu que apresento a um alter-ego alienígena, de aparência verde-antena, explica-me que renasço novamente como no final de uma noite uterina; esbofeteando-me a alma, relembrando-me que se me deu a oportunidade de voltar a sentir com os sentidos deste corpo que se esquece… mas que a alma reconhece!
E assim adormeço neste sono desperto que é a rotina do viver!
…outro dia ofuscante de luz…
by synn&r

"falso profeta"

Volatilizo-me por cima dos muros
Que dividem inferno e terra!...
A plenos pulmões grito a todos os mudos:
- Não ouvis?! – este que vos berra!
- Este que sobrevoa os muros,
Sem rumo e ao jeito de quimera!...
Que segue sonhos rasgados por coisas meras,
Tal poeira cósmica, tal molécula efémera!!!
Ainda que branda a minha espada;
A sangue, suor e fogo talhada,
Dirão os cegos ou mesmo todos:
- Falso profeta feito de logros!
- Só és mais um, como outros tolos!

by synn&r

terça-feira, 24 de março de 2009

“Desventuras de uma assombração”

… mais uma noite insónica pejada de corpos pesados que tentam sublimar-se através de líquidos altamente voláteis!... acendendo cigarros atrás de cigarros, esses quase-seres, imitam pecados na esperança de arder em seus pequenos infernos por eles mesmos criados!!!
E dou por mim regozijando-me por me encontrar entre eles, sentindo-me igualmente alienado; comunidade noctívaga indigna até de serem morcegos!... esses pelo menos são, e não quase-quase seres!... assombração…
E de repente um anjo-demoníaco apropria-se de minha atenção lembrando-me o que á noite sou: assombração!...
- Minha doce assombração! – repete o anjo, e eu negando, replico se sim, não serei sua mas assombração de mim próprio!!!
A retórica não resulta, o anjo-demónio com esgar inquire-me sobre a quantidade de camisas-de-marte que possuo e viola-me!...
… primeiro a mente
… depois o hálito podre
… de seguida o corpo
… e finalmente na alba da manhã, quando já sozinho, debaixo de um chuveiro arranco com as unhas a pele impregnada de cinza do meu pequeno inferno, o anjo-demónio
… viola-me a alma!... importar-me-ia, se inteiramente fosse…
… mas sou apenas: - assombração!!!

by Synn&r

sexta-feira, 20 de março de 2009

by synn&r }}}

- os meus poemas são uma visão análoga das emoções e sensações
experimentadas no meu quotidiano:

às vezes sinto que faço parte de uma larga linhagem de “adamastores” que ao largo e por sina naufragaram…
ás vezes sinto que sinto idênticos amores
àqueles que por fado sofreram horrores
àqueles que esperando toda uma vida
essa maldita que os deuses malamente auguraram!

11´julho2008

sem ti

Sem ti espremo o demónio…
Este que levo encarcelado dentro…
Este que esmago contra estas paredes graníticas,
este que esquartejo quando aperto as correntes que o envolvem…
este que também sou eu e que me faz ser quem sou!?
Sou o demónio que grita em silêncio…
E é este grito estridente tão poderoso
Capaz de estilhaçar o mais titânico dos diamantes,
Capaz de iniciar e findar mundos,
Capaz de inventar universos…
É este grito mudo que me balança,
Me balança equilibrando-me nesta ténue linha ambígua!
Esta fronteira maldita que não passa de jardim de carne putrefacta
A qual espezinho passeando sobre corpos lancinados…
Dilacerados por suas próprias atitudes homogénias, iguais, análogas…
Esses carneiros degolados por suas próprias mãos
Manchando a mãe Terra de um escarlate impregnante
Que nos entra pelos poros ,
nos fazendo crer que teremos esse mesmo apocalipse!
Mas eu digo não, nunca…!
Nunca serei parte desse mundo.
Antes serei demónio que cordeiro.
Antes serei machado que pescoço…
Antes serei sangue que impregna terra que terra impregnada…
Antes serei quem sou que aquele a quem me pareço,
Assim terei a certeza que quando a roda do tempo girar de novo,
Não serei engrenagem de máquina, nem de estante adereço…!
… mas demónio de um novo começo.

junho´2008 by synn&r